ABPN

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Quem Somos

A Associação Brasileira de Pesquisadores Negros - ABPN é uma associação civil, sem fins lucrativos, filantrópica, assistencial, cultural, científica e independente, tendo por finalidade o ensino, pesquisa e extensão acadêmico-científica sobre temas de interesse das populações negras do Brasil.

 

Objetivos

I - Congregar os Pesquisadores Negros Brasileiros;

II - Congregar os Pesquisadores que trabalham com temas de interesse direto das populações negras no Brasil;

III - Assistir e defender os interesses da ABPN e dos sócios, perante os poderes públicos em geral ou entidades autárquicas;

IV - Promover conferências, reuniões, cursos e debates no interesse da pesquisa sobre temas de interesse direto das populações negras no Brasil;

V - Possibilitar publicações de teses, dissertações, artigos, revistas de interesse direto das populações negras no Brasil;

VI - Manter intercâmbio com associações congêneres do país e do exterior;

VII - Defender e zelar pela manutenção da Pesquisa com financiamento Público e dos Institutos de Pesquisa em Geral, propondo medidas para seu aprimoramento, fortalecimento e consolidação;

VIII - Propor medidas para a política de ciência e tecnologia do País.

 

Antecedentes da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros

Foi com a compreensão da importância de se saber a quanto andavam a presença e produção acadêmica negra que em 1989, no período de 21 a 23 de setembro, realizou-se, na Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – campus de Marilia – o I Encontro de Docentes e Pesquisadores e Pós-Graduandos Negros das Universidades Paulistas. O encontro teve como temática central “A Produção do Saber e suas Especificidades”. O evento superou as expectativas tanto por reunir intelectuais de outros estados do país quanto por possibilitar a visualização de uma produção acadêmica emergente preocupada com a situação da população negra.

Na última década do século XX, com a realização da Marcha Zumbi dos Palmares em 20 de novembro de 1995, o movimento negro passou a insistir na necessidade de que o Estado brasileiro, de forma definitiva, instaurasse políticas publicas que operassem na superação da dualidade: igualdade perante a lei/desigualdade real. O resultado concreto dessa exigência foi a constituição do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) que tinha como função principal elaborar, propor e acompanhar políticas de valorização da população negra.

A mobilização política de entidades do movimento social atuantes na sociedade civil foi acompanhada pelos acadêmicos negros nas instituições de ensino superior (IES) espalhadas por todo o país. Assim, onze anos após o encontro de Marilia, precedido por uma década de mudanças significativas no entendimento e tratamento da temática racial no Brasil, o I Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, realizado de 22 a 25 de novembro de 2000 em Recife, inaugurou um novo procedimento ao efetuar um balanço da produção recente dos pesquisadores negros e negras e de estudos que lidam com temáticas relacionadas com a situação dos afro-descendentes, especialmente no Brasil.

O II Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, realizado de 25 a 29 de agosto de 2002 na cidade de São Carlos no Estado de São Paulo, deu continuidade às deliberações do I Congresso a aprovou, por unanimidade, em sessão plenária, a constituição da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (não restringindo a participação de pesquisadores não-negros) com o objetivo principal de congregar e fortalecer laços entre pesquisadores que tratem da problemática racial, direta ou indiretamente, ou se identifiquem com os problemas que afetam a população negra e, principalmente, estejam interessados em seu equacionamento não apenas teórico.

O III COPENE, realizado em São Luís do Maranhão entre os dias 06 e 10 de setembro de 2004, ocorreu sob uma intensificação da luta anti-racista e com a adoção de cotas para negros em algumas instituições de ensino superior, notadamente a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e a Universidade Estadual da Bahia (UNEB) que foram as primeiras instituições públicas de ensino superior a adotarem reservas de vagas.

O IV COPENE, realizado em Salvador capital da Bahia entre os dias 13 e 16 de setembro de 2006, teve como tema central “O Brasil Negro e Suas Africanidades: Produção e Transmissão de Conhecimentos”, com mais de 1200 participantes - docentes e discentes, pesquisadoras e pesquisadores de várias universidades brasileiras, bem como mestres populares, detentores de conhecimento, mas não necessariamente portadores de títulos acadêmicos - interessados pela temática das relações étnico-raciais.

O mais recente, o V encontro nacional apresentou o tema ¨Pensamento Negro e Antirracismo: Diferenciações e percursos", atendeu a necessidade de contínua reflexão acerca da produção de intelectuais negros(as) em grande parte “invisíveis” na ciência brasileira e nas sociedades científicas, ainda que tenhamos indivíduos de renome internacional. O tema foi escolhido por permitir um horizonte transnacional e comportar variações e divergências dentro de uma unidade de construção de uma representação negra plural no Brasil e no mundo, por sua vez, exigia uma multiplicidade de interpretações e intervenções visando sua eliminação.

O VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as aconteceu na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 29 e 29 de julho de 2010, sendo a temática “Afro-Diáspora, Saberes Pós-Coloniais, Poderes e Movimentos Sociais”. O evento pretendeu apresentar e discutir os processos de produção/difusão de conhecimentos intrinsecamente ligados às lutas históricas empreendidas pelas populações negras nas Diásporas Africanas, nos espaços de religiosidades, nos quilombos, nos movimentos negros organizados, na imprensa, nas artes e na literatura, nas escolas e universidades, nas organizações não-governamentais, nas empresas e nas diversas esferas estatais, que resistem, reivindicam e propõem alternativas políticas e sociais que atendam às necessidades das populações negras, visando a constituição material dos direitos.

Difundir e debater os saberes produzidos por negros(as) no Brasil implica no esforço de identificar no cenário sociocultural brasileiro, conhecimentos, manifestações e formas de pensar/estar no mundo, concepções, linguagens e pressupostos não hegemônicos, construídas pela multiplicidade de sujeitos que constituem as populações negras, focalizando essa população como produtora de conhecimentos científicos, técnicos e artísticos.

O VII Congresso, ocorrido entre o período de 16 a 20 de julho de 2012, na cidade de Florianópolis, contemplou a temática “Os desafios da luta antirracista do século XXI”. Atingindo um público de aproximadamente 1.000 participantes, o evento promoveu discussões sobre os processos de produção e difusão de conhecimentos ligados às lutas históricas empreendidas pelas populações negras nas mais diversas esferas institucionais e áreas do conhecimento.

O VIII Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as aconteceU em 2014 nas dependências da Universidade Federal do Pará (UFPA) entre os dias 29/07 e 02/08/2014. Tem como principal intenção apresentar e discutir os processos de produção e difusão de conhecimentos intrinsecamente ligados às lutas históricas empreendidas pelas populações negras nas Diásporas Africanas, emanadas nos espaços de religiosidades, nos quilombos, nos movimentos negros organizados, na imprensa, nas artes e na literatura, nas escolas e universidades, nas organizações não-governamentais, nas empresas e nas diversas esferas estatais, que resistem, reivindicam e propõem alternativas políticas e sociais que atendam às necessidades das populações negras, visando a constituição material dos direitos.