Sobre produção de mulheres negras nas ciências: uma proposta para a implementação da lei 10.639/03 no ensino de química

Sobre produção de mulheres negras nas ciências: uma proposta para a implementação da lei 10.639/03 no ensino de química

Sobre produção de mulheres negras nas ciências: uma proposta para a implementação da lei 10.639/03 no ensino de química

A história das mulheres negras sempre foi contada pelo ponto de vista de homens brancos. Assim, elas se veem vinculadas às representações da escravizada, da mãe preta e da mulata e a elas se destinavam como função e representação o servir. Compreendendo como a mulher negra está presente na história, podemos entender sua invisibilidade como sujeito, cidadã e, em especial, como protagonista e agente de sua própria história na sociedade brasileira. Essa invisibilidade atinge o campo das Ciências, ainda relacionado com o rigor científico, a centralidade da matemática na formulação das leis da natureza e aos conceitos de universalidade, neutralidade e objetividade sob os quais não há espaços para abarcar discussões de raça ou gênero. Nas ciências da natureza e tecnológicas, assim como em outros setores de investigação, a mulher negra não constitui o sujeito do qual e para o qual se fala, pois ao se mencionar os negros tais áreas se referem ao homem negro e ao se mencionar as mulheres, se referem à mulher branca. Desta forma, em 2015 no Brasil, onde a maioria da população se autodeclara preta e parta, apenas 7% das pesquisadoras com bolsa de Produtividade em pesquisa do CNPq eram negras. A baixa representatividade de mulheres negras na atividade científica denuncia a confluência do racismo e sexismo. Esta investigação se configura como uma pesquisa participante, a qual busca a participação da comunidade e na qual a relação tradicional de sujeito-objeto é convertida em uma relação sujeito-sujeito, e objetiva dar visibilidade à contribuição de pesquisadoras negras contemporâneas na construção do conhecimento (apresentando a trajetória e discutindo a construção da subalternidade), desmistificando as ciências como uma atividade unicamente masculina, branca e de laboratório. Apresentamos a análise de duas intervenções pedagógicas desenvolvidas com alunas do Ensino Médio de um Colégio Estadual da Região Oeste de Goiânia, configurando a importância da discussão sobre os conceitos de gênero e raça pelas professoras de Química, contribuindo para a desconstrução da ciência como unicamente masculina e branca. Consideramos que o desenvolvimento dessas intervenções representam o contato consciente e a apresentação de uma ciência não hegemônica e não eurocêntrica para uma sociedade multicultural como é a sociedade brasileira.

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Referência: VARGAS, R. N. Sobre produção de mulheres negras nas ciências: uma proposta para a implementação da lei 10.639/03 no ensino de química. 2018. 91 f. Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.

Sobre produção de mulheres negras nas ciências: uma proposta para a implementação da lei 10.639/03 no ensino de química

Fonte: https://bit.ly/306Y64S