Descolonização dos currículos de ciências
Anna Benite, Gustavo Faustino, Juvan da Silva, Marysson Camargo, Morgana Bastos e Regina Vargas
A ciência mundial é ensinada e produzida a partir de contextos do Ocidente que prometem uma visão neutra e privilegiada, mas que ignoram as demandas políticas e as desigualdades de raça e gênero construídas na história da humanidade. Dessa forma, as representações sobre ciências são geralmente formadas pela imagem do homem branco e europeu.
A ciência moderna se constrói na lógica binária de dominação: verdade ou mentira, moderno ou selvagem, branco ou preto, bom ou mal, homem ou mulher, certo ou errado, numa lógica do “ou”. Ou você é uma coisa ou outra. Essa lógica segue desqualificando tudo que se encontra em sua oposição.
Apresentamos aqui cinco referências básicas sobre a possibilidade de uma apresentação contra-hegemônica em produção e ensino de ciências. Essas obras permitem conhecer uma produção ancestral de conhecimentos científicos por povos da diáspora africana como alternativa a um currículo que pouco dialoga com a população brasileira de maioria autodeclarada negra.